O sucesso do Corinthians, líder do Brasileirão com 92,6% de aproveitamento, é atribuído às convicções de Tite e à relação do técnico com o presidente, diretoria, atletas, comissão técnica e funcionários do clube.
O treinador agrada com uma particularidade: faz questão de ser amigo do porteiro do CT ao principal craque do time. Não foram poucas as vezes em que teve conversas particulares em sua sala, explicando por que um jogador não seria titular ou nem sequer relacionado.
Com programa de computador e trabalhos no campo, demonstra a melhor escalação e formação tática para enfrentar determinado rival. Até por isso, não é contestado por deixar estrelas como Alex e Emerson no banco. Willian é prova de quem entendeu que tinha de esperar, quando vivia melhor fase que o então titular Dentinho.
O trabalho que dá frutos hoje esteve em xeque no dia 2 de fevereiro, quando o Timão caiu de forma precoce da Copa Santander Libertadores, ao ser eliminado pelo Tolima.
Ainda em Ibagué (COL), Andrés jurou que ele não seria demitido. Mas o clima era ruim, e a pressão de conselheiros por sua saída era grande. O presidente repetiu o discurso dois dias depois, em conversa na sala de Tite, no CT Joaquim Grava, dizendo que estavam "no mesmo barco".
- Quero fazer um agradecimento público ao Andrés Sanchez. Ele entrou na sala, olhou para mim e falou: “Vamos redirecionar.” Eu estava doído, amargo, tinha o mesmo sentimento que o torcedor. Quando vem essa palavra de apoio, aumento meu trabalho, aumento meu carinho, faço mais. É uma forma de retribuir a confiança. Eu só agradeço - contou Tite, nesta quinta-feira, após vencer o Internacional.
No fim de semana, o Corinthians bateu o arquirrival Palmeiras por 1 a 0, no Pacaembu, sem os ídolos Ronaldo e Roberto Carlos, que nunca mais atuariam pelo clube. Tite ganhou um "respiro" para o Paulistão e teve boa campanha, chegando à decisão.
Com a derrota para o Santos na final do estadual, sua saída voltou a ser cogitada, mas o movimento no clube contra ele já perdia força. A perspectiva era de melhora, ainda mais com os reforços que estavam por vir.
O Timão logo estreou no Nacional com vitória ao bater o Grêmio por 2 a 1 no Olímpico. Só empatou com o Flamengo, e ganhou todas as outras, sendo uma vitória a goleada por 5 a 0 sobre o São Paulo. Era a afirmação de um esquema bem definido, de uma linha de trabalho, do elenco bem montado.
Depois de bater o Vasco de virada por 2 a 1 no Pacaembu, Tite encontrou com o gerente de futebol Edu Gaspar e os diretores Duílio Monteiro Alves e Roberto de Andrade, antes de entrar no ônibus da delegação. Abraçou todos e recebeu um beijo de Roberto. Prova de uma relação que resistiu às crises e vem se fortalecendo, assim como a equipe na disputa do Brasileirão.
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